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Nem Filhos, nem Liberdade Sexual. Mulheres Deficientes Devem Quebrar Silêncio
Nem Filhos, nem Liberdade Sexual. Mulheres Deficientes Devem Quebrar Silêncio. Não basta ser-se, aos olhos da sociedade, diferente. É ainda pior querer viver-se a autonomia e sexualidade sendo-se mulher. 

Esta é uma das conclusões de Rui Machado, o cocriador do movimento do Sim, Nós Fodemos, em declarações ao site Delas.pt a propósito do dia Internacional das Pessoas com Deficiência, que se assinala este domingo, 3 de dezembro.

Nem Filhos, nem Liberdade Sexual. Mulheres Deficientes Devem Quebrar Silêncio.


Nem Filhos, nem Liberdade Sexual. Mulheres Deficientes Devem Quebrar Silêncio

“Com o nosso movimento, queremos poder saltar dois muros ao mesmo tempo: o da sexualidade e o da deficiência. Mas as mulheres em particular enfrentam um terceiro muro, o do gênero“, começa por lamentar o responsável de um movimento que, a caminho dos cinco anos de existência, está a alertar a sociedade para a questão da autonomia e da liberdade sexual das pessoas deficientes. 

O psicólogo clínico lembra, por isso, que neste campo está tudo por fazer em matéria de igualdade de gênero. 

Afinal, reitera, “se qualquer mulher relata queixas relativamente à desigualdade em questões laborais, de relacionamento, de diferenças de tratamento, naturalmente que aquelas que vivem a diversidade funcional estarão em situação de uma maior vulnerabilidade, pelo que essas mesmas dificuldades se vão sentir de forma ainda mais carregada“.

Há o muro da sexualidade e o da deficiência. Mas as mulheres em particular enfrentam um terceiro muro, o do gênero.


Nem Filhos, nem Liberdade Sexual. Mulheres Deficientes Devem Quebrar Silêncio

Por isso, são muitas as batalhas que o movimento Sim, Nós Fodemos tem em mãos e que quer pôr em marcha o quanto antes. Do direito à maternidade, às parcerias para as sex toys, até à assistência sexual, são muitas as ações que o movimento de, entre outros, Rui Machado, quer trabalhar já a partir de 2018.

10% da população vive com deficiência ou incapacidades várias

Estima-se que, em Portugal, existam cerca de um milhão de pessoas com deficiência e/ou incapacidades várias, ou seja, 1/9 da população nacional.

Estes eram os números aproximados avançados pela Associação Portuguesa dos Deficientes, em fevereiro de 2016, numa ocasião em que o Estado anunciava estar a preparar um “censos” detalhado para melhor conhecer esta população.

Elas [as mulheres] têm medo de serem, ainda mais, vítimas de preconceito.


Nem Filhos, nem Liberdade Sexual. Mulheres Deficientes Devem Quebrar Silêncio

De acordo com o Centro Regional de Informação das Nações Unidas (UNRIC, acrónimo orignal), as pessoas com deficiência constituem a maior minoria do mundo.

Mantendo a mesma proporção que se verifica em Portugal, de 10%, estima-se que 650 milhões de indivíduos no planeta vivam essa diferença. Um valor que, adianta a Organização Mundial da Saúde, está a aumentar por via “do crescimento demográfico, dos avanços da medicina e do processo de envelhecimento“, cita a UNRIC.

Mulheres têm medo de serem “vítimas de preconceito”

Machado conta que as mulheres são quem menos se queixa e pede ajuda. É essa, pelo menos, a experiência que ressalta do trabalho que tem vindo a desenvolver. “Notamos claramente que os homens vêm ter connosco com maior frequência a pedir-nos ajuda, soluções e até a desabafar. As mulheres não fazem tanto isso“, nota.

E porque é que tal sucede? “Não posso responder com um artigo científico, mas estou convencido que tem que ver com os estigmas que existem sobre as mulheres“, avança Rui Machado. Ou seja, prossegue, “mais do que o conformismo, creio que elas têm medo de serem, ainda mais, vítimas de preconceito“. “Creio que isso explica a razão pela qual somos menos procurados pelo público feminino”, afirma.

O responsável do movimento diz mesmo que “houve dificuldade em ter mulheres no grupo porque há o risco de a mulher, ao assumir que quer viver a sua sexualidade, sentir ainda mais preconceitos“.


“Vida independente é a possibilidade do amor”

A frase foi escrita numa crónica, pela mão de Rui Machado. Para o psicólogo clínico, só “uma vida independente permitirá ter uma vida social e viver o amor“, sendo que, nesta matéria, “muitas pessoas em Portugal ainda estão em exclusão social“, explica ao Delas.pt. E prossegue: “Claro que, neste contexto, nunca se consegue ser um ser sexual, com direitos.”

“O nosso estado delegou, desde sempre, as concidadãs e os concidadãos para as famílias ou para as instituições, onde o espaço para a autonomia, a liberdade e autodeterminação não são muito grandes“, vinca o cofundador do movimento.

Ora, olhando em particular para o sexo feminino, o problema arrisca ser ainda mais gritante. “A autonomia tem depois, na mulher, outra dimensão, que é a questão da maternidade. Se ela tem dificuldade para se vestir a si própria, terá de ter apoio para o seu bebé, mas não pode ver recusado o direito à escolha”, conclui Machado.

Fonte: Delas
Inclusão Social e Deficiência: De que Inclusão Estamos Falando?
Inclusão Social e Deficiência: De que Inclusão estamos Falando? Olá pessoal, tudo bem? Eu Damião Marcos, nessa jornada enquanto pessoa com deficiência, na sociedade e nesse ativismo que a gente prática a anos qui no blog inclusão diferente, nas redes sociais e canais de vídeo. Tenho dificuldade de entender algumas coisas. 

É impressionante a quantidade de informações e de pessoas falando sobre inclusão social e deficiência em nossa sociedade. É inclusão daqui, inclusão dali, inclusão social pra lá, inclusão social pra cá.

Me pergunto e também pergunto a vocês. Afinal de contas, inclusão social e deficiência: De que inclusão estamos falando? Uma inclusão na essência de verdade, ou uma inclusão fictícia pautada em ilusões e promessas infundadas com oportunidades duvidosas?

Inclusão Social e Deficiência: De que Inclusão Estamos Falando?

Inclusão Social e Deficiência: De que Inclusão Estamos Falando?

De que Inclusão Estamos Falando? Quando falamos de cotas de emprego para pessoas com deficiência e quando chegamos na prática dessa cota. O que encontramos na maioria das vezes é sub emprego pessoas com deficiência, descontentes, escondidas e deixadas em algum almoxarifado da vida.

Pessoas altamente qualificada trabalhando em serviços gerais sem plano de carreira. Pessoas com deficiência com grau maior de comprometimento e em decorrência desse grau não consegue ser inserida no mercado.

De que Inclusão Estamos Falando? Quando acompanhamos um programa de calouros na televisão e não vemos nenhuma voz ou instrumental ou músico com deficiência participando em igualdade de condições.



De que Inclusão Estamos Falando? Quando ligamos a TV rádio, enfim e não vemos nenhuma pessoa com deficiência apresentando o programa, telejornal ou algo do tipo. Essas pessoas com deficiência não teriam capacidade para isso? Evidentemente que sim, mas o preconceito e a falta de oportunidade não permite.

De que Inclusão Estamos Falando? Quando os programas de filme e novela, colocam ator (atriz) para interpretar a pessoa com deficiência. Quando na verdade existem dezenas centenas de pessoas com deficiências que poderiam cumprir o papel e fazê-lo com profissionalismo e competência

De que Inclusão Estamos Falando? Quando frequentamos bares, restaurantes, hotéis, estádios de futebol, cinemas, shoppings e até mesmo nosso emprego. E todos esses locais não são acessíveis para nós deficientes.

De que Inclusão Estamos Falando? Quando nos referimos as oportunidades, que não são dadas as pessoas com deficiência. Falamos em artigos anteriores a esse, sobre inclusão para inglês ver, inclusão de verdade e inclusão na teoria e inclusão na prática.

Eu tenho para mim, que deve estar havendo algum tipo de confusão. Porquê a inclusão que é falada e mostrada nos meios de comunicação. Não é a inclusão que eu vejo e vivencio no dia a dia das pessoas com deficiência.




De que Inclusão Estamos Falando? Quando você não tem o seu espaço reservado e respeitado nos veículos coletivos. E a pessoa com deficiência tem a sua limitação agravada ainda mais, ao longo dos anos para poder chegar no trabalho.

De que Inclusão Estamos Falando? Quando os direitos das pessoas com deficiência não são respeitados. Tais como os direitos à moradia, acessibilidade, ao respeito e ao mínimo de qualidade de vida. Que essas pessoas devem ter, provavelmente estamos falando de qualquer coisa, menos de inclusão social e deficiência.

Gostaria que você participasse comigo nesse assunto. Até porque pode ser que eu esteja enganado no meu raciocínio ou na minha forma de ver a inclusão social e deficiência na sociedade. Eu tenho pra mim, que estamos falando de muitas coisas de inclusão. Porém na prática, sinceramente eu não sei de que inclusão estamos falando!!!

Forte abraço até o próximo artigo. Valeu galera!!!

Inclusão Social e Deficiência: De que Inclusão estamos Falando? Gostou desse artigo exclusivo? Então aproveita para compartilhar com seus amigos (as) que também estão precisando desse conhecimento. 
Artigo exclusivo - Blog Inclusão Diferente.
Deficientes e o bullying no trabalho, por que não se fala sobre isso?

Deficientes e o bullying no trabalho, por que não se fala sobre isso? "Bullying é um termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos causando dor e angústia, sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder."

Leia também: A Pessoa com Deficiência e o Bullyng
Conheça nosso Black Friday 

Deficientes e o bullying no trabalho, por que não se fala sobre isso?

O termo bullying surgiu na década de 1970 na Noruega. São comportamentos agressivos, físicos ou psicológicos, entre colegas de escola, trabalho, prisão, condomínio ou qualquer outros ambientes de convívio, onde um sujeito, ou um grupo de pessoas, agride outro(s), que geralmente não tem muitos meios de defesa. O fato é que, as minorias são as vítimas preferenciais dos ataques.

Deficientes e o bullying no trabalho, por que não se fala sobre isso?

Todo mundo fala sobre bullying atualmente, principalmente nas escolas, É algo muito debatido, porém ainda é uma questão que os profissionais quebram a cabeça para trabalhar com a situação, estão tentando aprender a lidar com isso. 

De fato, não é fácil, cada situação é única, devemos sempre olhar para o agressor e para vitima, entender o que aquilo significa para cada um, o porquê ocorrer o bullying naquele caso, olhar a vida pessoal dos envolvidos e ajudar ambas as partes, pois todos precisam. 

É um assunto complexo que a gente pode voltar a conversar em outro post, porque neste eu vou propor uma outra discussão que é pouco falada ou é escondida mesmo, camuflada. A nossa conversa hoje é por que não se fala sobre o bullying que acontece com a pessoa com deficiência no trabalho???  Por que??? Você deve tá se perguntando que bullying é esse? Como assim?


Deficientes e o bullying no trabalho, por que não se fala sobre isso?

Galera, tá na cara, a gente que finge que não sabe ou que não acontece!!! Vamos lá, vou enumerar algumas situações de deficientes e o bullying no trabalho:
  • Quando tem happy hour e todo mundo "esquece" de chamar o parceiro que tem uma deficiência!
  • A pessoa com deficiência tem um currículo bacana, mas o seu cargo é bem inferior!
  • Deixar a pessoa com deficiência isolada!
  • Os parceiros que acreditam que a pessoa com deficiência tá ali apenas por causa da Lei de Cotas!
  • O sujeito com deficiência é visto como um inútil!
  • A pessoa com deficiência serve apenas para fazer pequenos favores para os colegas, como pegar água! 
Essas situações também não pode ser consideradas bullying??? Por que será que fazem isso?


Pensando agora no "agressor", o que leva uma pessoa ou um grupo de pessoas no ambiente corporativo fazer essas coisas, vamos olhar pelo básico, o começo: falta de conhecimento, falta de preparo, total ignorância!!!!! Achar que o lugar da pessoa com deficiência é em casa, deitada na cama, babando...

Estou mentindo???? Infelizmente não, é essa a visão que a maioria das pessoas tem, por isso que é tão difícil para a pessoa com deficiência se  colocar, fazer parte ativamente da sociedade. Devido a toda essa falta de conhecimento, a ignorância, as empresas precisam fazer todo um trabalho de inclusão, dando palestras, treinamentos, promovendo eventos onde toda a equipe se comunique... 

Deficientes e o bullying no trabalho, por que não se fala sobre isso?

A gente precisa aceitar que há de fato exclusão das pessoas com deficiência e assim começar a criar meios de incluir e não sair jogando as pessoas no meio do nada, sem nenhum preparo, fingindo que está tudo bem!!! Provocando situações completamente constrangedoras, onde ninguém fica confortável, resultando em bullying...

Vamos olhar agora o outro lado, a vitima, a pessoa com deficiência. Há alguns fatores que quero discutir aqui sobre a pessoa com deficiência, tais como: Medo de perder o emprego, sendo que a pessoa precisa daquele salário. O próprio sujeito pode ter o sentimento de inferioridade, esse pode ter sido criado na família. E aí, até ele acredita que o emprego, foi um grande favor e que ele tem que aceitar tudo...

A timidez de não conseguir se impor, mostrar quem ele é, que é capaz. Escrevendo este texto, eu me pergunto e lhe pergunto: e aí como faz? Porque é muito complexo, há diversas questões que precisam ser trabalhadas, discutidas, é possível mesmo resolver essas questões para poder ter uma inclusão de verdade? Ou esse é o máximo que podemos chegar, então o bullying é uma consequências???



Eu acredito que estamos construindo a inclusão, ela não é simples, no entanto é sim possível!!! Como eu falei no post anterior, onde falamos sobre a mulher com deficiência, é necessário falar, conversar, ter muito mais conteúdo sobre a pessoa com deficiência. 

A pessoa com deficiência e o bullying no trabalho, por que não se fala sobre isso???? Tem muita gente que não tem noção que isso acontece, outras passam uma maquiagem em cima, para fingir que nada acontece, a chamada hiprocrisia. Já outros, simplesmente acham que é assim mesmo, não tem o que fazer, a pessoa com deficiência tem o lugar dela!!! 

Deficientes e o bullying no trabalho, e ai, o que você acha? 

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 8 coisas que não se deve falar ou fazer com uma pessoa com deficiência

8 coisas que não se deve falar ou fazer com uma pessoa com deficiência. Segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e do Ministério da Saúde, divulgada em 2015, 6,5% da população brasileira tem algum tipo de deficiência (auditiva, visual, física ou intelectual).

“Parte do desafio de conviver com pessoas com deficiência é fruto da situação de exclusão e de invisibilidade desse público ao longo dos anos. É por isso que não nos sentimos hábeis de lidar com elas”, fala Aline Santos, coordenadora do projeto “Diversa”, do Instituto Rodrigo Mendes, organização sem fins lucrativos que tem como objetivo educação de qualidade na escola comum.

Neste 21 de setembro, Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência, o UOL reúne dicas para que você, que não tem deficiência, junte-se ao esforço de promover inclusão.


 8 coisas que não se deve falar ou fazer com uma pessoa com deficiência


Não chame uma pessoa de deficiente

O termo mais adequado é pessoa com deficiência. Ao chamá-la de deficiente ou de portadora de deficiência, dá-se a ideia de que o indivíduo é defeituoso, quando na verdade, a deficiência é uma combinação entre os impedimentos que são particulares da pessoa e as barreiras existentes na arquitetura, na comunicação, nos meios de transporte e na atitude da sociedade.

Não trate pessoas com deficiência como especiais, coitadinhos ou heróis

A pessoa com deficiência não tem "superpoderes" de superação, não espera ser exemplo nem é menos do que os outros indivíduos. A condição de deficiência é apenas uma entre tantas outras características que a constitui como indivíduo.

Não infantilize a pessoa por causa da deficiência

Tratar alguém com deficiência como criança é subestimar sua autonomia e sua capacidade de compreensão e de decisão. Converse com ela de acordo com sua faixa etária.

Não evite falar com a pessoa, dirigindo-se a quem está ao lado dela

Pergunte diretamente ao indivíduo a melhor forma de atendê-lo ou ajudá-lo. Jamais se dirija ao acompanhante de uma pessoa que aparenta ter um impedimento para tratar de assuntos referentes a ela. Ao falar com um cadeirante, por exemplo, o ideal é se abaixar para conversar na mesma altura que ele. Se a pessoa, por qualquer motivo, não conseguir se fazer entender, pode ter certeza de que quem está com ela irá se manifestar em seu lugar.

Não ache que uma pessoa com deficiência precisa sempre de ajuda

O melhor a fazer é perguntar se a pessoa precisa de ajuda e como você pode ajudá-la. Para colaborar com um cego no metrô, por exemplo, ofereça um ombro como apoio, nada de puxá-lo pelo braço. Tocar na roupa do indivíduo, na cadeira de rodas, muleta ou bengala sem consentimento é grosseria e não solidariedade.

Não faça perguntas íntimas por curiosidade

Se você não perguntaria a um desconhecido qualquer sobre sua vida sexual, não faça isso com uma pessoa com deficiência. Também contenha a vontade de questionar se a pessoa nasceu com a deficiência ou se a adquiriu. Ao estabelecer uma relação com o indivíduo, ele decidirá se contará sua história, como e quando.

Não subestime a capacidade da pessoa de aprender e/ou entender

Toda pessoa aprende, sejam quais forem suas particularidades intelectuais, sensoriais e físicas.

Livre-se do pensamento de que pessoas com deficiência querem privilégios

Essa busca pela redução e eliminação de barreiras não é uma construção de privilégios e, sim, uma adequação dos espaços e das relações para a equiparação de oportunidades. Rampas e elevadores, por exemplo, permitem a livre circulação de todas as pessoas. Pensar em espaços acessíveis favorece a autonomia de todas as pessoas, incluindo aquelas com alguma deficiência ou mobilidade reduzida.
Fonte: UOL
16 frases ainda comuns ditas para pessoas com deficiência

16 frases ainda comuns ditas para pessoas com deficiência. Muitas pessoas com deficiência e mobilidade reduzida tornam-se involuntariamente motivo de frases relacionadas à sua deficiência. O repertório abrange desde afirmações com base na admiração e lástima à interjeições com suposto humor nonsense e sentido pejorativo.

Quem nunca ouviu um comentário ácido sobre a deficiência do colega? Ou aquele elogio sobre a superação inesperada? Não sei a proporção de um para o outro, o que sei é que isso acontece em todos os lugares na presença e ausência de pessoas com ou sem deficiência.

Ainda que a valorização da diversidade tem conquistado cada vez mais espaço no convívio diário, a tendência de novas percepções parece que não é o suficiente para responder à um emaranhado de dúvidas e especulações fundamentadas apenas na observação.

“O Maior inimigo do conhecimento não é a ignorância. É a ilusão de conhecimento.” Stephen Hawking

Deficiência X Crenças sobre deficiência

Considerar a deficiência como algo que confere um status de “desvantagem” em nossa sociedade é um assunto amplo que sempre mostrará uma dicotomia.

De um lado, aqueles que acreditam que a deficiência resulta em privações múltiplas configurando em infelicidade eterna e, de outro, aqueles que a consideram como uma característica que pode interferir positivamente no temperamento, conquistas e experiências do indivíduo. Pouco a pouco um novo cenário está se estabelecendo na sociedade.

O empoderamento das pessoas com deficiência, leis, compartilhamentos nas redes sociais e empresas especializadas no segmento são parte integrante deste panorama. No entanto, durante o processo para uma nova consciência, crenças relativas à comiseração e piedade perduram no imaginário alheio. 

Crenças consolidadas desde tempos longínquos onde a deficiência era associada à incompatibilidade com uma vida saudável, plena e feliz.

16 frases ainda comuns ditas para pessoas com deficiência

A propósito, você sabe o que é crença?

Segundo o dicionário Houaiss, “crença é o estado ou condição de quem acredita em alguma coisa ou pessoa; convicção profunda”. (1)

Traduzindo: crença é tudo o que acreditamos e cultivamos como verdade.

A formação das crenças inicia com um conceito prévio baseado no que sentimos sobre determinado assunto. Isso envolve nossos valores e a maneira como percebemos a vida, as pessoas, os acontecimentos e o mundo.

Com o tempo, potencializamos e gradativamente aquilo vai ficando cada vez mais forte dentro de nós. Quando vemos, estamos agindo e reagindo fundamentados em nossas crenças.

Veja exemplos comuns de crenças quando o assunto é dinheiro, trabalho, convivência e felicidade.

☛ Crenças sobre dinheiro: “Tudo que toco vira ouro”, “Ganhar dinheiro não é fácil”
☛ Crenças sobre convivência: “Conviver com pessoas é desafiador, mas eu gosto”, “Prefiro bicho a gente”
☛ Crenças sobre trabalho: “Realizo-me com meu trabalho”, “Tenho que matar um leão por dia”
☛ Crenças sobre felicidade: “Sou feliz pela vida que tenho”, “Só serei feliz o dia que eu comprar a casa e o carro dos meus sonhos”

Frequentemente quando o assunto relaciona-se a pessoas com deficiência, a maioria das crenças tem como premissa dois extremos: admiração e piedade.


Talvez você não parou para pensar nisso, mas certamente já presenciou alguma situação onde esses dois sentimentos vieram a tona em palavras ou olhares. Em minha pesquisa Crenças corporativas sobre pessoas com deficiência (2012/2013), entrevistei 300 colaboradores com deficiência auditiva, física, intelectual e visual de empresas públicas e privadas.

O objetivo foi identificar as crenças sobre pessoas com deficiência em ambiente corporativo, as maiores dificuldades e os aspectos que podem contribuir para o desenvolvimento da pessoa com deficiência na empresa.

Durante a pesquisa, os participantes relataram diversas experiências vividas dentro e fora do ambiente de trabalho bem como frases comuns que ouviram com base em sua deficiência. A pesquisa foi realizada há cinco anos. De lá para cá muitas coisas estão acontecendo, principalmente no sentido de tecnologias assistivas, comportamento e visibilidade das pessoas com deficiência.

Vale dizer que o desenvolvimento da consciência inclusiva não ocorre na mesma velocidade. Sabemos que qualquer mudança coletiva do comportamento humano acontece a passos lentos quando comparamos à tecnologia e ciência. Uma boa notícia é que estamos mudando nossa maneira de ver a deficiência e entendendo nosso papel para a materialização de um mundo inclusivo.

16 frases ainda comuns ditas para pessoas com deficiência

Frases X Deficiência

Neste primeiro artigo, compartilho 16 frases recorrentes que, segundo os entrevistados, a maioria das pessoas com deficiência já se deparou em algum momento da vida ou até mesmo diariamente. Evidente que há frases focadas em uma deficiência em particular. No entanto, a maioria parece comum a pessoas que tenham qualquer tipo de deficiência.

Ressalto que na opinião dos entrevistados, as afirmações e perguntas a seguir são dispensáveis e por vezes inconvenientes, pois corrobora o desconhecimento de suas capacidades e habilidades.

Preparados? Vamos lá então para as 16 frases ainda comuns ditas para pessoas com deficiência!

1. Eu olho para você e me dá uma pena!
2. Você é uma inspiração para a nossa equipe!
3. Seu marido (ou esposa) é igual a você ou é normal?
4. Como você consegue namorar mesmo sendo deficiente?
5. Você é um exemplo de superação!
6. Eu acho que você só foi contratada (o) por causa da cota!
7. Nossa, ele (a) nem parece surdo (a)!
8. Você não tem vontade de sair andando e deixar a cadeira de rodas para trás?
9. Para mim, todas as pessoas com deficiência são mais evoluídas que as pessoas sem deficiência.
10. Só você nasceu assim na sua família?
11. Imagino o fardo que é para você estar sentado (a) numa cadeira de rodas para sempre.
12. Seu namorado é anão também?
13. Desculpa, mas eu acho que você está pagando alguma coisa que você fez na sua vida passada.
14. Como você faz na hora do sexo?
15. Acho difícil alguém ser feliz sendo deficiente.
16. Porque você não solta o cabelo para esconder o implante (coclear) ou aparelho?

Na prática, para boa parte da sociedade, a deficiência ainda “sobrepõe” a personalidade e capacidades de um indivíduo


16 frases ainda comuns ditas para pessoas com deficiência

É como se a deficiência ou mobilidade reduzida fosse mais impactante que as demais características que compõem um ser humano.

Embora muitas ações são realizadas promovendo ou tentando promover inclusão, penso que ainda estamos nos integrando, conhecendo uns aos outros, o que não significa que praticamos a inclusão.

À medida que o processo de inclusão estiver presente em todos os setores, as frases acima tendem a deixar de serem comuns, pois estaremos falando de uma sociedade esclarecida nesse tema. No entanto, o processo é longo e baseia-se não somente na construção de rampas, mas principalmente numa consciência inclusiva. E ai pessoal o que acharam dessas 16 frases ainda comuns ditas para pessoas com deficiência?
Por Martim Pinto: Fisioterapeuta especializado em reabilitação neurofuncional e apaixonado pelas questõesrelacionadas ao comportamento humano e inclusão social
Não Esconda sua Deficiência, Ela é Parte de Você

Não esconda sua deficiência. O "mundo da deficiência" é vasto, porém poucas pessoas o conhecem, infelizmente. Por essa razão, atualmente diversas pessoas com deficiência estão fazendo um movimento de mostrar para a sociedade este mundo paralelo ainda muito pouco conhecido e por isso é alvo de tanto preconceito.

Não Esconda sua Deficiência, Ela é Parte de Você

Não esconda sua deficiência. Ela é parte de você. Eu disse que pessoas com deficiência estão fazendo este movimento, mas deixa eu acrescentar as famílias que hoje também não aceitam qualquer coisa como se fosse um favorzinho como se aquela pessoa com deficiência não fosse um sujeito com os mesmos direitos e deveres que qualquer outra.

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Claro que ainda estamos engatinhando, estamos muito longe do ideal. Não sei se um dia vamos chegar à verdadeira inclusão na qual a deficiência vai sim ser vista, mas não como um defeito!!! Bom, isso é um assunto para outro post, pois é uma discussão longa e válida...

Falei do movimento que as pessoas com deficiência estão construindo em busca da inclusão, de poder ter uma vida comum. No entanto, o texto de hoje é justamente o oposto. Vou tratar das pessoas com deficiência que por algum motivo escondem sua deficiência.

Não esconda sua deficiência. Vamos enumerar alguns motivos pelos quais muitos se escondem. Evidente que vou esquecer vários, então me ajuda. Caso saiba de mais algum, deixa nos comentários, por favor, para a gente aumentar a discussão e refletir cada vez mais... Vamos lá então... Não aceita a própria deficiência por:

Vamos lá então:
  • Medo;
  • Fuga;
  • Família;
  • É castigo mesmo, não tem jeito; 
  • Ah, nem tenho deficiência 
  • Não gosto deste assunto “deficiência”;
  • Nada vai mudar mesmo;
  • Não vou ficar livre da deficiência.
E assim vai ... São inúmeros os motivos pelos quais uma pessoa esconde a sua deficiência. O não aceitar a deficiência é o mais comum, o mais difícil, a dor que todo mundo nessa condição deve vivenciar uma vez na vida. Já falamos da importância dela aqui no blog. Agora só quero falar para quem não esconde a deficiência que essa etapa precisa estar bem resolvida.


E aí, é fato, quando você olha para a sua deficiência, você fala dela sem censura, francamente. Inclusive você é capaz de seguir a sua vida conforme seus desejos, planos, sonhos…

Medo, eita, este paralisa!!! A gente acredita que o outro vai ficar falando assim, assado da nossa deficiência, vão ficar olhando para a gente, criticando. Tem momentos que a gente acha que é melhor não sair de casa, pois não vamos aguentar o preconceito, a discriminação, a total exclusão.

Aqui também cabe o castigo, como tem gente que acha que a deficiência é castigo sei lá do que, de outras vidas ou que o corpo é possuído por um demônio!!! É uma palhaçada, mas que faz toda a diferença tanto para a pessoa com deficiência que acredita nisso e por isso tem vergonha da sua deficiência, como também para uma parcela da sociedade que não vê ali um ser humano e sim demônios ou coisas do gênero, absurdos…

Fuga, a pessoa com deficiência não enxerga a própria deficiência, procura sempre uma desculpa para ela. Aqui a pessoa claramente esconde a deficiência e ela mesma dentro do armário e sofre muito, pois nem ela percebe o que está fazendo. Família, esse é o X da questão.

É um dos maiores motivos que faz com a pessoa com deficiência esconda ou não a deficiência. Se for uma família que esconde a pessoa com deficiência, tem vergonha dela, sempre a deixou às margens do mundo, sem dúvida essa pessoa também vai escolher a deficiência e, consequentemente, se esconder!!!

Ah, nem tenho deficiência... Muitas pessoas têm pensamentos semelhantes a esse. Isso pode ocorrer pelo fato de a deficiência não ser algo que realmente atrapalhe sua vida. Tem gente que até consegue esconder de fato.

Podemos citar como exemplo o Rei Roberto Carlos, que usa uma perna mecânica praticamente imperceptível. Ele sempre usa calça quando aparece em público e eu, pelo menos, nunca ouvi o cantor falando sobre sua deficiência. Não estou criticando, não sei como ele lida com a deficiência.

No entanto, me parece que ele não levanta nenhuma bandeira em relação ao assunto. E aí eu fico pensando: ok, é um direito dele não querer falar sobre essas questões, é uma escolha dele, mas ele é uma pessoa que tem voz, que se falasse sobre deficiência, talvez o pessoal começasse a refletir sobre o tema e isso iria ajudar muita gente...

Outra pessoa pública que tem uma deficiência e também parece que não fala sobre o assunto é o cantor Herbert Vianna, que sofreu um acidente e ficou paraplégico. Ele usa cadeira de rodas, faz shows com a sua banda Paralamas do Sucesso. A sua deficiência é visível, ele também poderia trabalhar as questões ligadas à deficiência, ia ajudar demais, porém, como já disse, é um direito deles…

Você pode ter uma deficiência e ter uma vida comum, como os dois cantores parecem ter, e não falar sobre o tema. Todavia, não deixa de ser uma forma de esconder a deficiência dentro do armário. A questão aqui é: como você lida bem com algo que é seu, mas que você não olha para aquilo?
5 coisas que as mães de autistas gostariam que você soubesse

Distúrbio cujas causas podem estar relacionadas a fatores genéticos e ambientais, mas que continuam sendo um mistério para a ciência, o autismo afeta o desenvolvimento dos pequenos já nos primeiros três anos de vida.

"Pode deixar o seu filho brincar com o meu", "Não é porque ele não fala que ele não te entende"... Veja a lista completa!

De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, estima-se que uma em cada 68 crianças recebam o diagnóstico do transtorno, que pode trazer consequências como a dificuldade de interagir socialmente, de se comunicar verbalmente e a presença de comportamentos repetitivos – as chamadas estereotipias.

O problema é que nem sempre as pessoas respeitam os sinais apresentados pelos autistas – especialmente quando falamos de crianças, que podem ter dificuldade para entender certas atitudes de outros pequenos. Por isso, nas redes sociais perguntamos às nossas leitoras que enfrentam esse tipo de situação com os filhos o que elas gostariam de falar para promover, cada vez mais, uma verdadeira inclusão e menos preconceito em relação aos baixinhos que fazem parte do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Confira abaixo:

“Pode deixar o seu filho brincar com o meu”, comentou Luana Mendes. Porque, diferente do que alguns acreditam, essa troca entre os pequenos é sempre benéfica para todos os envolvidos!

“Não é porque ele não fala que ele não te entende. Ele entende tudo o que acontece ao seu redor”, afirmou Deise Neves. É muito importante evitar comentários que não acrescentam em nada. Autistas podem ter mais dificuldade para se expressar, mas do jeito deles, eles possuem um entendimento sobre as coisas que acontecem à sua volta.


“Eu gostaria que os outros pais entendessem que ele não é um menino mal-educado. Só que ele ainda não fala e tem dificuldade de demonstrar o que quer, por isso, pode ter esses comportamentos atípicos. 

Mas ele entende tudo e, se suas crianças tiverem um pouco de paciência, ele vai amar brincar com elas. Ele é carinhoso e tem uma memória incrível”, contou Cristilaine Costa. Sabe aquela história de não julgar sem conhecer o que realmente se passa? Pois é…

“Gostaria que soubessem que o meu pequeno William, de 4 anos, está no espectro autista e isso é só mais um aspecto da sua personalidade. Crianças estão se descobrindo e ainda vamos nos surpreender muito. Crianças autistas são diferentes, mas JAMAIS incapazes”, ressaltou Gisele. Porque nenhum tipo de distúrbio define uma pessoa. Ela é muito mais do que isso. Se todos estiverem abertos a essa convivência, vão se surpreender!

“Meu filho não gosta de ser tocado, mas isso não significa que ele não goste da sua companhia ou de você”, relatou Luana. Mais uma vez, as crianças autistas têm a sua própria maneira de se expressar e isso não tem nada a ver com o que elas sentem.
Fonte: Bebe Abril
Ator famoso de Hollywood ofende deficientes auditivos e pede desculpas

ATOR FAMOSO DE HOLLYWOOD OFENDE DEFICIENTES AUDITIVOS E PEDE DESCULPAS

Chris Pratt, que recebeu estrela na Calçada da Fama, se desculpou em língua de sinais nesta quinta-feira, 4, após ofender deficientes auditivos. Tudo começou quando Chris compartilhou um vídeo no Instagram no qual pede para que as pessoas escutem com volume alto ao invés de lerem as legendas.

Depois disso, muitas pessoas criticaram o ator de Guardião das Galáxias, pela falta de sensibilidade com as pessoas portadoras de deficiência auditiva. Além de gravar o vídeo em língua de sinais, o ator ainda compartilhou um texto explicando toda situação.


Chris Pratt se desculpa em língua de sinais após ofender deficientes auditivos
  
"O Instagram tem essa coisa na qual deixa todos os vídeos mudos e te força a ativar o volume para ouvi-los. Quando fiz um vídeo recentemente com legendas e solicitei que as pessoas aumentassem o volume e não apenas lessem as legendas, era para que as pessoas não passassem pelo vídeo em silêncio, assistindo e digerindo as informações no vídeo. 

No entanto, eu percebo agora que fazendo isso fui incrivelmente insensível com muitas pessoas que dependem de legendas. Mais de 38 milhões de americanos vivem com alguma deficiência auditiva. Então quero me desculpar", revelou ele.

"Agora... Eu sei que algumas pessoas vão dizer, 'O Chris só se desculpou porque seu assessor mandou'. Bem. Esse não é o caso. Como sempre eu controlo minha rede social. Ninguém mais. Eu estou fazendo isso porque eu realmente sinto muito. Desculpas são poderosas. Esse é um daqueles momentos que eu estrago tudo e aqui estou eu implorando pelo seu perdão. Eu espero que aceite minhas desculpas", escreveu o ator.
Fonte: E! Entertaiment Television

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CRIANÇA AUTISTA TEM MATRÍCULA RECUSADA EM ESCOLAS  E MÃE CRIA CAMPANHA

CRIANÇA AUTISTA TEM MATRÍCULA RECUSADA EM ESCOLAS E MÃE CRIA CAMPANHA

A publicitária Fernanda Poli descobriu no ano passado que o filho Miguel, de 3 anos, era portador de autismo. Ao receber o diagnóstico, a mãe passou a procurar uma escola com salas menores e com um olhar mais focado na inclusão, onde o menino pudesse se desenvolver melhor. 

Ela só não esperava que essa busca seria tão difícil. Miguel já teve matrícula recusada em dois colégios.

Segundo a publicitária, o grau de autismo do garoto leve. "Ele é comunicativo, então, só dá para perceber que ele é autista com a convivência. Procuramos ajuda médica por algumas questões, como por exemplo, o fato de ele não atender quando é chamado pelo nome. Todos os exames que fazíamos não acusavam nenhum problema, até que o meu pediatra de infância, que é especialista em autismo, chegou ao diagnóstico", afirma.

Diferentemente de muitos pais, que veem o mundo ruir ao descobrir que o filho tem a doença, Fernanda e o marido se sentiram aliviados por terem recebido o diagnóstico cedo e logo focaram em medidas para ajudar Miguel. "Claro que não queríamos isso para nosso filho até por questões de preconceito e discriminação. Mas lidamos com muita calma e leveza. Começamos a participar de grupos para familiares com crianças com autismo e buscamos muita informação. Foi quando resolvemos buscar uma escola que tivesse um programa de inclusão”.

Primeira negativa

Ainda em 2016, Fernanda buscou a Escola Viva, na Vila Olímpia, na zona sul de São Paulo. "Foi uma indicação da psicóloga do meu filho e é conceituada como inclusiva. Passamos por um processo seletivo. Participei de duas reuniões e a terceira foi uma vivência dele na escola assistida pela professora que seria a do período", conta. Além disso, Fernanda preencheu um formulário de solicitação de bolsa de estudos.


Após a vivência de Miguel, a instituição entrou em contato com Fernanda e disse que a bolsa foi recusada e que eles não poderiam aceitar o filho dela na escola, pois a turma que ele entraria não tinha mais vagas para inclusão. "Na época, achamos que eles podiam fazer esse tipo de recusa. Acabamos guardando essa rejeição e não procuramos saber. 

Foi só com o passar do tempo nos grupos de pais com crianças autistas que aprendemos mais sobre a legislação e vimos que a escola estava errada", conta.

Segunda negativa

Em abril deste ano, Fernanda achou que sua saga atrás de uma escola para Miguel tinha terminado ao encontrar a Escola Morumbi, em Moema. "Fiquei encantada com a escola e já estava imaginando o Miguel estudando lá. Logo na primeira entrevista, falei que ele era autista e veio o silêncio. A coordenadora, então, pediu para que voltássemos lá para que o Miguel passasse por uma vivência e achamos que era mais para conhecê-lo do que para dizer sim ou não”, fala.


Miguel foi assistido por duas coordenadoras da escola e, 45 minutos depois, elas foram conversar com os pais para informar que não havia vagas para inclusão na turma desejada. "Aí eu questionei, na semana passada tinha e agora não tem? E elas falaram que infelizmente não tinha", conta.
Na hora de ir embora, o filho nem queria sair da sala, o que partiu ainda mais o coração dos pais. "Fomos embora muito chateados e foi aí que pensei em quantos pais estão passando pelo mesmo que a gente, sendo que muitos não têm informação, sofrem calados", conta.

#autistaDEVEestudar

De acordo com Tatiana Viola de Queiroz, advogada especialista em saúde da Nakano Advogados, a lei da inclusão (13.146) e a lei de proteção aos direitos da pessoa com transtorno do espectro autista (12.764) protegem a criança e destacam que nenhuma escola pode recusar uma criança com qualquer tipo de deficiência.

Na lei de proteção aos direitos do autista, por exemplo, de acordo com o artigo 7, o gestor escolar que se recusar a matricular o aluno com transtorno do espectro autista, pode ser punido com multa de três a 20 salários mínimos.

Para alertar os pais com filhos autistas, Fernanda fez um post em seu blog, "Curtindo com crianças" e criou a campanha #autistaDEVEestudar. "Quero que os pais não fiquem calados ao ouvirem uma negativa", diz.

Fernanda também fez uma denúncia a Diretoria de Ensino de São Paulo e ao Ministério Público. “Meu objetivo ao denunciar a Escola Morumbi não é que o Miguel seja matriculado lá, mas sim que a instituição seja punida. Quando você cita a Lei do Autismo em uma entrevista na escola, os coordenadores te olham com cara de alfafa, ninguém conhece a legislação. Os educadores precisam se conscientizar sobre o tema", fala.

"Quando a mãe vai lá tem vaga e depois que revela a condição do filho não tem mais? Por lei, essas instituições são obrigadas a aceitar o aluno. Mas, na prática, é preciso ponderar se os pais vão querer colocar o filho nessa escola que adotou uma postura dessa", fala.

Segundo a advogada Tatiana, além das denúncias já feitas por Fernanda, ela também pode entrar com um processo de danos morais contra as escolas. "Algumas atitudes só são entendidas quando pesam no bolso. A intenção do dano moral é diminuir o dano causado e punir a conduta da escola. Os pais do Miguel podem, inclusive, se comprometer a doar parte do valor recebido para uma associação de autismo", diz.

Outro Lado

Em entrevista ao UOL, a pedagoga Ana Lúcia Figueira da Silva, coordenadora-geral do infantil da Escola Viva, afirmou que há 40 anos a escola se propõe a trabalhar com a diferença e é reconhecida pelo trabalho que faz com crianças que apresentam necessidades especiais. “Recebemos uma demanda grande de alunos que se encaixam nessas vagas de inclusão e como a escola se propõe a fazer um trabalho de qualidade, nem sempre podemos aceitar todos”, afirma.

A pedagoga também deixou claro que a escola não recusa a entrada das crianças, mas que elas ficam em uma espécie de 'fila de espera'. "Tem uma aluna de inclusão que esperou mais de um ano e hoje está aqui se desenvolvendo conosco. Toda escola tem limitação de vaga até por espaço físico. Tem momentos que tem vaga disponíveis e outros não", completa.

Já Juliana Chyla Hanftwurzel, diretora da Escola Morumbi, destacou que a instituição é realmente inclusiva e muito elogiada pelos órgãos supervisores de ensino por ter vários alunos de inclusão. "Cerca de 10% dos nossos alunos são de inclusão e nós recebemos a equipe de profissionais de saúde da criança que trabalham com ela fora da escola para avaliações. Toda semana recebemos pais para conversar sobre os alunos matriculados", diz.

CRIANÇA AUTISTA TEM MATRÍCULA RECUSADA EM ESCOLAS  E MÃE CRIA CAMPANHA

Com relação ao caso de Fernanda, Juliana explicou que a recusa de Miguel ocorreu devido a presença de um outro aluno de inclusão no período da tarde. "Temos um número de alunos de inclusão em cada sala e consideramos que existe uma proporção ideal para um bom desenvolvimento das crianças. 

A sala em questão é uma turma de quatro alunos e já temos uma criança de inclusão com distúrbio muito próximo da criança da mãe que nos procurou. Não é só a inclusão, mas pensamos se podemos colaborar para o desenvolvimento do aluno. Assim, explicamos para a mãe que não achávamos que aquela classe, que já tinha um aluno de inclusão, era um ambiente adequado para o desenvolvimento do filho dela", fala.

Fonte: UOL
Falta de Acessibilidade – Nem Mesmo Órgão Público é Capaz de Dar Exemplo

Falta de Acessibilidade – Nem Mesmo Órgão Público é Capaz de Dar Exemplo. Se para a maioria das pessoas já é difícil transitar no centro de Tubarão, imagine para quem depende de uma cadeira de rodas para se locomover. No trajeto de muitas vias há buracos em calçadas, falta de rampas, carros estacionados irregularmente na vaga destinada as pessoas com deficiência, entre tantos outros transtornos.

FALTA DE ACESSIBILIDADE – NEM MESMO ÓRGÃO PÚBLICO É CAPAZ DE DAR EXEMPLO

CADEIRANTES TÊM DIFICULDADES DE ACESSO A REPARTIÇÕES PÚBLICAS

Além dos problemas no trânsito, a situação dificulta ao tentar entrar em repartições públicas, comércio e diversos lugares onde a acessibilidade ainda não foi adotada.

O cadeirante de Tubarão, Ademir Rodrigues vivenciou uma situação embaraçosa na última semana. Ao estacionar na vaga de deficiente, no centro da Cidade Azul, o tubaronense recebeu uma notificação por não portar o cartão de identificação de vaga especial. Após ser multado, dirigiu-se até a gerência de trânsito e mobilidade do município para obter a credencial.

Ao chegar lá, deparou-se com outro desafio: uma sequência de escadas. “Pior que ser multado por estacionar em uma vaga de deficiente, sendo deficiente, é não ter respostas dos órgãos competentes. Quando se dirige ao órgão responsável, olha só o tamanho da escada!”, publicou a irmã do cadeirante, Cristina de Souza, em suas redes sociais em revolta ao ocorrido.

Ademir, que há cinco anos ficou paraplégico após se envolver em um acidente, relata que diariamente enfrenta dificuldades para se locomover no município. “Eu até evito sair de casa para não me incomodar. Diversos locais, como o Fórum, a delegacia do centro, e outras repartições públicas e empresas privadas não têm acessibilidade para os cadeirantes”, alerta.

Gerência tenta amenizar falta de acessibilidade
O gerente de trânsito e mobilidade de Tubarão, Dionísio de Quadros, explica que o prédio onde funciona as fundações e secretarias de educação, segurança, trânsito e outros departamentos, realmente não dispõe de estrutura acessível aos portadores de deficiência. No entanto, para facilitar o acesso ao departamento, que fica no segundo piso do prédio, os cidadãos são atendidos por um funcionário que fica disponível para fazer a intermediação na entrada do estabelecimento. “Infelizmente, herdamos esta estrutura que não possui rampas de acesso para cadeirantes. Mas temos uma pessoa específica para atender os que precisam dos serviços da gerência”, explica.

Uso de cartão especial é obrigatório
A legislação de trânsito brasileira sofreu algumas alterações em atendimento ao Estatuto da Pessoa com Deficiência, e a principal delas é o uso obrigatório do cartão de identificação para estacionar nas vagas preferenciais destinadas a idosos e pessoas com deficiência. O cartão deve ficar dentro do veículo, em lugar visível, quando estiver nas vagas em vias públicas ou bolsões de estacionamento privados. O simples uso do antigo adesivo colocado no vidro do carro passa a não ter mais validade. “Se a pessoa que possui a deficiência foi multada, mesmo que faça o cartão, não será possível retirar a notificação. Todo o portador e idoso precisa fazer o cartão para utilizar a vaga especial”, reforça Quadros.

Quais as penalidades?
De acordo com a Lei Federal 13.146 de julho de 2015, a penalidade para o motorista que estacionar na vaga preferencial sem o cartão de identificação deixa de ser leve e passa a ser grave, com multa no valor de R$ 127,69, cinco pontos a mais na carteira, podendo ainda ter o veículo removido para o pátio, caso se recuse a desocupar a vaga preferencial. A alteração também determina que as vias e áreas de estacionamentos privados de uso coletivo, como estacionamentos de supermercados e shoppings centers, passam a ser regidas pelo Código de Trânsito Brasileiro. Isso significa que os veículos estacionados de forma irregular nesses locais também poderão sofrer as sanções previstas na lei.
Fonte: Jornal Notícias do Sul

Deixe seu comentário e nos diga por que você acha que até os órgãos públicos, que deveriam dar o exemplo, ainda vivem distantes de oferecer acessibilidade completa as pessoas com deficiência.
A Teoria e a Prática no “Mundo das Deficiências”

A Teoria e a Prática no “Mundo das Deficiências”

Acho que foi duas semanas atrás, fiz um post fazendo uma pergunta e refletindo sobre ela. Hoje, eu quero continuar pensando sobre o assunto, aproveitar para ampliar, quem tem uma deficiência sabe muito bem, que a teoria e a prática nem sempre funciona junto, infelizmente!

No tal texto, eu questionei se você namoraria com uma pessoa com deficiência

Vou contar rapidamente, o pouco que vi nestas últimas semanas.

Estou com problemas com meu namorado, terminarmos e entrei no Tinder, para aliviar a cabeça, enquanto a nossa relação não se resolve. Aí comecei a conversar com uma pessoa que também tinha uma deficiência, a gente mal conversou, falei logo que tinha paralisia cerebral.

Claro, que eu não quero ninguém, mas sim voltar para o meu namorado. Então falei de início para fazer o teste, fiz com dois, ambos usavam cadeira de rodas, eles simplesmente me deletaram!

Como assim?

Gostaram das minhas fotos, tal, tal e tal, quando viram que eu não era "perfeita", jogaram fora, mas eles também, segundo o senso comum, não são perfeitos!

Ah! Quer dizer que tem também preconceito dentro do próprio "mundo das deficiências"? Eita!

Então o preconceito é bem mais fundo, pois todos queremos o padrão, o "perfeito". Mesmo aqueles que têm uma deficiência e já levaram um fora do outro, só porque era cadeirante.

É fácil falar, reclamar e na hora correr da raia.

A mesma coisa acontece nas empresas, o dono, diretor, enche a boca para falar que a empresa tem “um puta” trabalho de inclusão, que tem mais funcionários com deficiência, do que a cota exige. Ai, você vai ver, são todas as vagas que exigem menos escolaridade ou pessoas que "quase" não tem deficiência.


Usei esse termo para deixar claro o que estou falando, mas é errado falar assim, ok???

Preconceito é camuflado e mais profundo do que parece, acabar com ele é algo bem demorado, tem que que mexer na cultura. Não é um trabalho fácil, porém podemos começar a fazer, regar, incluir, quebrar conceito, criar outros ou não.

Precisamos refletir sobre a sociedade, sobre nós mesmos, antes de reclamar do preconceito do outro, olhe para si e questione se você não faria a mesma coisa.

Voltando ao início do post, teorias e a prática, racionalmente, elas deveriam andar mais ou menos juntas, né??

O nosso discurso deve ir de encontro com as nossas atitudes, então se você fala que se você conhecesse uma pessoa com deficiência e rolasse algum clima, você certamente ia deixar acontecer para ver o que rola. Ou se você fala que sua empresa é verdadeiramente inclusiva e tem sim pessoas com deficiência trabalhando em toda a empresa.

Em ambas as situações, a teoria é perfeita, não há preconceito, a deficiência não é o que define o sujeito, legal. No entanto não é o que acontece na prática, onde a deficiência é o ponto alto, o indivíduo simplesmente é deficiente e acabou!

Vamos pensar, se colocar no lugar do outro, conhecer a diversidade, trazer isso para a nossa cultura e as pessoas com deficiência também, como vocês querem que os outros não tenham preconceito, se você que conhece, vive e tem??
Texto de Damião Marcos e Carolina Câmara

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