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Reflexão

Publicado em 11 Junho 2012 por Damião Marcos
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O nosso grande amigo e colaborador do blog, Rodrigo Parreiras nos enviou uma reflexão muito interessante e que nos leva a pensar sobre alguns aspectos da inclusão na esfera dos relacionamentos, com a devida autorização do nosso amigo resolvi postar aqui esse texto espero que ele possa somar na sua vida.
Até que ponto devemos gostar de quem gosta da gente?
Essa noite perdi o sono e me puz a pensar em mais uma frase daquelas que ouvimos, qual seja, devemos gostar de quem gosta da gente.


Pois bem, concordo plenamente, temos que valorizar nossos amigos de verdade, nossos pais, que no fim das contas são nossos únicos amigos verdadeiros, em fim, devemos dar valor a toda pessoa que nos for cara afetivamente.
Contudo, o que dizer desta frase quando o assunto é relacionamento a dois?
Todos sabem que para haver algum relacionamento, é necessário que haja afinidade, interesses em comum, em fim, que role aquela química entre as pessoas em questão. Contudo, às vezes este interesse é unilateral, não sendo correspondido pela outra pessoa. Desta forma, ocorre uma frustração por parte daquele interessado, baixa autoestima, etc.
No caso da pessoa com deficiência, creio não ser diferente. No meu caso, que sou deficiente visual, já senti muita atração por meninas que me ajudaram na rua, por colegas de faculdade, simplesmente porque acreditei que estas, através de atitudes como puxar papo, delicadeza no jeito de falar, etc., me seriam uma boa companhia.
Por outro lado, já tive algumas meninas, que as pessoas diziam que estas gostavam de mim, que não me interessavam por diversos motivos. Deste modo, sempre fui criticado pelas pessoas, dizendo que eu deveria gostar daquela que gostasse de mim!
Deste modo, fico pensando se tais pessoas se utilizam desta frase, que traz uma grande carga de verdade, para me convencer a ficar com uma garota pela qual não sinta atração?
Será que eu não posso tentar conquistar alguma menina, que realmente me sinta atraído por ela, tentando mostrar minhas habilidades e qualidades, mostrando que namorar e ou ficar com um deficiente visual pode não ser um bicho de sete cabeças? Em outras palavras, será que não posso me fazer gostar?
Tenho a impressão de estar vivendo em um tempo antigo, onde os pais combinavam o casamento dos filhos, e estes, primeiro casavam e depois aprendiam a gostar uns dos outros!
Concluo dizendo que o preconceito, pode vir camuflado nas maiores verdades!

Rodrigo Parreiras

Sobre o autor:

É Paulistano, tem 37 anos, atualmente está se formando em psicologia, milita na causa das pessoas com deficiência há muitos anos, é pessoa com deficiência e sonha com um país mais justo e verdadeiramente inclusivo.

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