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O Preconceito, e o medo do Diferente.

Publicado em 29 Fevereiro 2012 por Damião Marcos
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É fato afirmar que depois da criação do senso comum as coisas ficaram um pouco mais complicadas principalmente em relação às pessoas com Deficiência.
O preconceito já existente aliado ao senso comum tem atrapalhado e vitimado muitos deficientes na busca por inclusão social, respeito e dignidade, não é possível às pessoas se apoderarem de um senso comum e querer transformar esse senso em uma lei ou caminho a ser seguido.


No senso comum as pessoas dizem e acreditam que todas as pessoas com deficiência intelectual ou mental é louco e não podem ser inseridos na sociedade, o que elas não sabem é que essa deficiência possue níveis de gravidade, ou seja: leve, moderada e grave, dai fica mais fácil para elas generalizarem, e dizer são todos loucos e pronto.
Enfrentar o diferente nunca foi uma tarefa fácil, mais na busca por inclusão social, respeito e dignidade esse enfrentamento tem que acontecer só assim é possível a quebra de paradigmas.
Isso me faz lembrar uma experiência muito linda que tive quando ainda trabalhava no Padef – Programa de Apoio as Pessoas com Deficiência, tínhamos alguns candidatos com deficiência intelectual ou mental de grau leve e estávamos tendo bastante dificuldade de inseri-los no mercado de trabalho por conta do preconceito e do medo que algumas empresas tinham de lhe dar com esses diferentes.
Foi quando surgiram algumas vagas de empacotador em uma grande rede de supermercados pensei comigo é agora, vou tentar colocar esses candidatos para preencherem essas vagas, entrei em contato com o setor responsável pela colocação de deficientes nas vagas em aberto e apresentei o desafio.
Como já era de se esperar houve uma relutância muito grande e a pessoa responsável dizia, mais como vou colocar esses deficientes mentais aqui? Eles podem pegar uma faca e agredir os clientes, podem roubar quebrar tudo etc.
Então expliquei com calma e disse: eles tem deficiência intelectual/mental de grau leve tem um pouco de dificuldade no raciocínio rápido lógico, mais conversam bem são atenciosos e vão dar conta do recado até porque a atividade de empacotador não é tão complexa assim.
Depois de muita conversa e insistência conseguimos inseri-los em caráter experimental e depois de cerca de um mês a boa noticia chegou.
Recebemos o telefonema do supermercado nos parabenizando pelo trabalho e dizendo estar extremamente feliz e satisfeito com o desempenho dos candidatos com deficiência mental leve e ainda disse que se tivéssemos mais candidatos com essa deficiência poderíamos enviar sem problema que eles seriam contratados.
Quando o preconceito é vencido e o medo de lidar com o diferente subjugado acontece à quebra de paradigmas, a quebra de paradigmas vence o senso comum que acaba dando lugar à inclusão social, respeito e dignidade para as pessoas com deficiência.








Sobre o autor:

É Paulistano, tem 37 anos, atualmente está se formando em psicologia, milita na causa das pessoas com deficiência há muitos anos, é pessoa com deficiência e sonha com um país mais justo e verdadeiramente inclusivo.

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